Podemos ter “várias faces”, numa pessoa de essência única!
“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca!” (Clarisse Lispector)
Amanhã eu vou agir melhor do que fiz ontem. Infinita é a minha vontade de alcançar aquilo que eu ainda não conheço aquilo que ainda não vi. A mentira pode ter várias faces, mas a verdade é única e o caminho mais estreito é aquele que molda nosso caráter. O sentimento de ausência me fez o que sou hoje e em meu coração existem caminhos infinitos que me levam milhas e milhas de distância até te alcançar.
"Primeiro lugar, eu, segundo lugar eu e até o vigésimo lugar eu, se sobrar algo disso talvez sobre algo para o outro."
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Narciso ou O Auto-Admirador na mitologia grega, era um jovem e lindo rapaz que admirava o próprio reflexo e apaixonou-se por si. E o jovem ficou enamorado de si mesmo, e deitou-se a margem do rio a admirar o próprio reflexo; Encantado pela sua própria beleza, Narciso, olhando-se na água e se embelezando, definhou-se e morreu. Depois da sua morte, Afrodite o transformou numa flor, narciso. Até em sua morte, ele tentava ver nas água as feições pelas quais se apaixonara. |
A personalidade humana nasce de um contraponto entre nossas necessidades básicas, associadas com tendências genéticas, modelagem parental e a realidade que nos cerca.
Quanto mais diversificada, fluida, flexível e afetuosa ocorrer essa jornada de um corpo que se transforma em pessoa, maiores serão as chances do surgimento de uma personalidade saudável, rica e expansiva.
Do contrário, quanto mais inflexível, fria, instável e tumultuada for essa travessia, menos recursos essa personalidade desenvolverá.
Ali nasce a base do conglomerado de nossas construções mentais a que chamamos de Eu.
Personalidades frágeis apoiadas em poucas bases tendem a criar cascas mais rígidas. Quanto mais pobres forem os recursos psicológicos disponíveis, mais limitada será a identidade de alguém.
Só um ego saudável é capaz de reconhecer com clareza a existência do outro sem se perder, confundir ou projetar. Ainda que perceba que toda a relação é essencialmente interdependente ela sabe delinear com certa facilidade as fronteiras que distinguem as pessoas.
Um ego pequeno não conseguirá reconhecer as necessidades de uma outra pessoa senão para a sua utilidade. Isso fica muito evidente quando esbarramos com pessoas preconceituosas, agressivas ou declaradamente interesseiras. No entanto, esse traço utilitarista é mais comum do que se imagina.
O narcisista inconsciente de si jamais conseguirá pensar sobre um evento sem que esteja incluído no raciocínio. Sua baixa empatia o torna obtuso na arte de considerar os outros sem um fim pessoal.
Subliminarmente, só se interessasse por assuntos e pessoas que reforcem e potencializem suas idéias grandiloquentes. Aqueles que não aplaudem seus feitos com elogios, reconhecimentos ou reciprocidade serão descartados imediatamente.
O narcisismo é essa cegueira funcional que impede você de sair do seu próprio mundo para enxergar o quadro geral.
Enfim, o narcisismo é uma característica defensiva necessária em certa medida e em determinadas fases. Quando o narcisismo não é vivido de maneira adequada no momento em que deve ser vivido, corre-se o risco de se tornar um padrão de funcionamento da mente do indivíduo. Porém, sob a perspectiva da Psicanálise, o narcisismo é um fenômeno comum e indispensável a todos os sujeitos. Seu caráter é positivo na constituição do sujeito.
"Todos nós temos um pouco do Narcisismo." Mas... A humildade é a única base sólida de todas as virtudes.
Felipenses 2:3
Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos.